O meu mundo não é como o dos
outros, quero demais, exijo demais; há em mim uma sede de infinito, uma
angústia constante que eu nem mesma compreendo, pois estou longe de ser uma
pessoa; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma
alma que não se sente bem onde está, que tem saudade… sei lá de quê!
(Florbela)
folha seca
sobre o travesseiro
acorda borboleta
(Alice)
Ainda bem que sempre existem outros dias. E outros sonhos. E
outros risos. E outras pessoas. E outras coisas... (Clarice)
Há sonhos que devem
permanecer nas gavetas,
nos cofres, trancados
até o nosso fim.
E por isso passíveis de
serem sonhados a vida inteira.
(Hilda)
Tuas poucas palavras
Meus atentos ouvidos
Um sopro adverso
Encrespando as águas.
Apenas escutava
O que tu não dizias.
Inteira ensimesmada
A tarde se fechava
Minha boca se abria
E não dizia nada.
Se eu pudesse diria:
Que a vida se me apaga
Porque o ouvido não ouve
O que lhe caberia.
Se dissesses – Amada –
(Te parece difícil?)
Só isso bastaria.
Meus atentos ouvidos
Um sopro adverso
Encrespando as águas.
Apenas escutava
O que tu não dizias.
Inteira ensimesmada
A tarde se fechava
Minha boca se abria
E não dizia nada.
Se eu pudesse diria:
Que a vida se me apaga
Porque o ouvido não ouve
O que lhe caberia.
Se dissesses – Amada –
(Te parece difícil?)
Só isso bastaria.
(Hilda)
Teus olhos têm uma cor
de uma expressão tão divina,
tão misteriosa e
triste.
Como foi a minha
sina!!!
É uma expressão de
saudade
vagando num mar
incerto.
Parecem negros de
longe...
Parecem azuis de
perto...
Mas nem negros nem
azuis
são teus olhos meu
amor...
Seriam da cor da mágoa,
se a mágoa tivesse cor.
(Florbela)
quem ri quando goza
é poesia
até quando é prosa
(Alice)
... e ela acreditava
em anjos e, porque acreditava, eles existiam.
(Clarice)
Do começo ao fim,
asas me levam sempre assim.
Do fim ao começo,
traço o tropeço,
asas me trazem sempre enfim...
(Eu)
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