quarta-feira, 30 de abril de 2014

mentes...


Da vida... não fales nela,
quando o ritmo pressentes.
Não fales nela que a mentes.
Se os teus olhos se demoram
em coisas que nada são,
se os pensamentos se enfloram
em torno delas e não
em torno de não saber
da vida... Não fales nela.
Quanto saibas de viver
nesse olhar se te congela.
E só a dança é que dança,
quando o ritmo pressentes.
Se, firme, o ritmo avança,
é dócil a vida, e mansa...
Não fales nela, que a mentes.
(Jorge de Sena, Pedra Filosofal)

segunda-feira, 28 de abril de 2014

domingo, 27 de abril de 2014

a ciência dos homens...

... depois de estudar a ciência divina, vejamos então, a ciência dos homens...

A ciência, a ciência, a ciência...
Ah, como tudo é nulo e vão!
A pobreza da inteligência
Ante a riqueza da emoção!

Aquela mulher que trabalha
Como uma santa em sacrifício,
Com quanto esforço dado ralha!
Contra o pensar, que é o meu vício!

A ciência! Como é pobre e nada!
Rico é o que alma dá e tem.
[...]

(Fernando Pessoa)

sábado, 26 de abril de 2014

quarta-feira, 23 de abril de 2014

wild flower...

To see a world in a grain of sand 
and heaven in a wild flower 
Hold infinity in the palms of your hand 
and eternity in an hour.
(Blake)

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Bras ilha...

Brasília: tenho muito a agradecer a essa cidade que me recebeu de asas abertas, leva tempo até a improvável adaptação... é uma cidade que te pede uma prova de amor o tempo todo e te devolve solidão... aqui meus filhos cresceram, correram nos parques, fizeram amigos... também fiz amigos... que vem e vão.... dói quando eles partem... fico feliz quando permanecem... o aprendizado que ela te dá é que aqui nada é perene, tudo está em constante transformação...
a foto é de meu lugar preferido: a Ermida Dom Bosco, onde o por do sol é acompanhado de uma poesia muda de anjos e do prazer da solidão... obrigada Brasília por me ensinar a conhecer a mim mesma...

p.s.: olhe para o céu, hoje tem chuva de meteoros!

mente...

O samsara é a sua mente, o nirvana também é a sua mente.
Todo prazer e toda dor, e todas as ilusões e enganos não existem
em parte alguma senão na sua mente.
Ganhar o controle da sua própria mente:
Este é o âmago da prática do bardo do vir-a-ser.
(RINPOCHE, Sogyal. O livro tibetano do viver e do morrer. São Paulo: Editora Talento, 1999. p. 433.)

sábado, 19 de abril de 2014

sexta-feira, 18 de abril de 2014

tudo que vemos é outra coisa...

Ah, tudo é símbolo e analogia!
O vento que passa, a noite que esfria
São outra cousa que a noite e o vento —
Sombras de vida e de pensamento.
Tudo que vemos é outra cousa.
A maré vasta, a maré ansiosa,
É o eco de outra maré que está
Onde é real o mundo que há.
Tudo que temos é esquecimento.
A noite fria, o passar do vento
São sombras de mãos cujos gestos são
A ilusão mãe desta ilusão.
(Fernando Pessoa)

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Miami, New Orleans, London, Belfast, Berlin and Brasília...




não importa... 
por dez, cem ou mil anos,
a solidão está na alma.

solidão, minha amada...

O segredo de uma velhice agradável consiste apenas na assinatura de um honroso pacto com a solidão.
(Gabriel García Marquez)

quarta-feira, 16 de abril de 2014

terça-feira, 15 de abril de 2014

"o que eu sempre quis foi comunicar o sabor da minha vida"...

"... provisoriamente o tempo parou para mim..."
(Simone de Beauvoir)

segunda-feira, 14 de abril de 2014

uma flor para o esquecimento...

Adrien Henri Tanoux, "Fleur du Mal" (1913)

A BELEZA
Eu sou bela, ó mortais! Como um sonho de pedra,
E meu seio, onde todos vêm buscar a dor,
É feito para ao poeta inspirar esse amor
Mudo e eterno que no ermo da matéria medra.
No azul, qual uma esfinge, eu reino indecifrada;
Conjugo o alvor do cisne a um coração de neve;
Odeio o movimento e a linha que o descreve,
E nunca choro nem jamais sorrio a nada.
Os poetas, diante de meus gestos de eloqüência,
Aos das estátuas mais altivas semelhantes,
Terminarão seus dias sob o pó da ciência;
Pois que disponho, para tais dóceis amantes,
De um puro espelho que idealiza a realidade:
O olhar, meu largo olhar de eterna claridade!
(Baudelaire)

sexta-feira, 11 de abril de 2014

quarta-feira, 9 de abril de 2014

quinta-feira, 3 de abril de 2014

transmutação...

"(...) ele emprega a Lei contra as Leis, o superior contra o inferior e pela Arte da Alquimia Transmuta o que é desagradável no que é agradável e deste modo triunfa."

(...) Nós não vivemos num mundo de sonhos, mas sim num Universo que, enquanto relativo, é real tanto quanto as nossas vidas e ações são interessadas. A nossa ocupação no Universo não é negar a sua existência, mas sim viver, empregando as Leis para nos elevarmos do inferior ao superior, fazendo o melhor que podemos sob as circunstâncias que aparecem cada dia, e vivendo, tanto quanto é possível para as nossas ideias elevadas e os nossos ideais. O verdadeiro fim da Vida não é conhecido pelo homem nesse plano; as maiores autoridades e a nossa própria intuição dizem-nos que não comentaríamos erro vivendo do modo melhor que pudermos, e segundo a tendência Universal no mesmo ponto, apesar das aparentes evidências em contrário. Todos estamos no Caminho, e a estrada conduz sempre para cima, deixando muitos lugares atrás.
TRÊS INICIADOS. O Caibalion. SP: Editora Pensamento, 2010. p. 56 e 57.

quarta-feira, 2 de abril de 2014

cadimônica mente...

Dizem os esotéricos que a busca da alma é pelo retorno ao estado de Adão Kadmon, o Adão antes da queda, quando ainda não havia conhecimento e nem amor.

Os anjos?
Caíram antes.
Também habitavam aqueles jardins...