domingo, 31 de março de 2013

inusitada mente...



Quero o inusitado
O que não estava previsto
A surpresa boa
O brilho repentino
O momento imprevisível
O que não estava escrito nas estrelas
O extraordinário
O tempo não esperado
O que não estava na palma da minha mão
O calor insólito
O destino não sabido
O imponderável
O beijo roubado
O sentimento não conhecido
O amor nunca sentido...
Quero o arrebatamento!

sexta-feira, 29 de março de 2013

... nostálgica mente...

"Acordei hoje com tal nostalgia de ser feliz..."
(Clarice)

quinta-feira, 28 de março de 2013

... toda a forma de amor vale a pena...

É possível se apaixonar pelos sentimentos de alguém que já não existe mais?
Chagall...
Lembro da primeira vez que vi uma de suas obras, a visão foi como um encantamento para mim... Apaixonei-me pelo traçado leve de seu pincel, pelas asas de seus anjos, pela sensibilidade da escolha de seus temas, pela inocência dos contornos, pela poesia de suas cores e tons... e principalmente, pelo o amor além da vida que sempre esteve tão vivo em sua arte... toda a forma de amor vale a pena... para Chagall, vale uma asa...

terça-feira, 26 de março de 2013

o amor é brega e as mulheres são de lua...

Lua Cheia fica doida
Lua Cheia vamos namorar
Lua Nova vida boa
Lua Nova ela quer casar...

segunda-feira, 25 de março de 2013

... pra sonhar

Se a gente se casar domingo
Na praia, no sol, no mar
Ou num navio a navegar
Num avião a decolar
Indo sem data pra voltar
Toda de branco no altar
Quem vai sorrir?
Quem vai chorar?
Ave maria, sei que há
Uma história pra sonhar
Pra sonhar...
(Marcelo Jeneci)

domingo, 24 de março de 2013

... histórias da unha do dedão do pé do fim do mundo

 
... a sensibilidade poética de Manoel de Barros...

... eu já nem lembro "pronde" mesmo que eu vou...

 Como já disse era um anjo safado
O chato dum querubim
Que decretou que eu estava predestinado
A ser todo ruim
Eu já nem lembro "pronde" mesmo que eu vou
Mas vou até o fim...

(Chico)

sexta-feira, 22 de março de 2013

prazer Amélie Poulain do dia...

O livro infantil O Dariz, de Olivier Douzou, foi inspirado em uma historinha do russo Nikolai Gógol. O conto do dariz endubido é simples: ele procura um lenço branco para resolver seu problema e, para tanto, conversa com outros narizes. O que torna a história muito engraçada são os recursos de desvios de grafia que simulam a fala de alguém resfriado, que é muito próxima à pronúncia caricata de um turco falando português. Eu literalmente choro de rir quando leio e RELEIO tão simples história... Sou suspeita porque amo livros infantis... e esse é um dos meus favoritos.

quinta-feira, 21 de março de 2013

é que Narciso acha feio o que não é espelho...

"Se sou amado, quanto mais amado mais correspondo ao amor.
Se sou esquecido, devo esquecer também, pois amor é feito espelho: 
- Tem que ter reflexo." 
(Pablo Neruda)

céu...


Caribbean Blue
(Enya)

...Eurus...
...Afer Ventus...

...so the world goes round and round
with all you ever knew
They say the sky high above
is Caribbean blue...

...if every man says all he can,
if every man is true,
do I believe the sky above
is Caribbean blue...

...Boreas...
...Zephryus...

...if all you told was turned to gold,
if all you dreamed was new,
imagine sky high above
in Caribbean blue...

...Eurus...
Afer Ventus...
...Boreas
Zephryus...
...Africus...

ai, ai, ai... os querubins...


... minha alma cheira a talco...
como bumbum de bebê
(...)
minha aura clara, 
só quem é clarividente pode ver...

quarta-feira, 20 de março de 2013

receitas...

... era uma colher de chá e não uma xícara!

segunda-feira, 18 de março de 2013

... leve mente

Das ilusões

Meu saco de ilusões, bem cheio tive-o.
Com ele ia subindo a ladeira da vida.
E, no entretanto, após cada ilusão perdida...
Que extraordinária sensação de alívio!

(Mario Quintana)

bem leve...


domingo, 17 de março de 2013

amar...

amar a si mesmo
como se ama o próximo...

sábado, 16 de março de 2013

mental mente...

mente
 
ela fala
doce
mente

ela o abraça
gentil
mente

ela o beija
forte
mente

ela o ama
simples
mente

ele desconfia
e consulta
uma vidente

que tudo revela
com o poder
da mente

agora ele prefere uma dama da noite
que franca
mente
(c. moreira)

final feliz...


Não tenho mais pés...
ofereci-os em sacrifício em troca de muita alegria!
Mas ganhei asas, não se preocupem!
E quanto aos príncipes, que se danem
e enfiem seus contos em qualquer canto
pois meus desencantos se desencantaram...
e o final é feliz...

(Chapeuzinho Vermelho)

sexta-feira, 15 de março de 2013

... sapos e rosas

... nos contos de fadas, as princesas beijam os sapos
esperando que eles virem príncipes...
pobrezinhas!
... nos contos de bruxas, bem...
bruxas não acreditam em príncipes,
elas plantam rosas...

Eros...

"...poeta sem seta e sentido 
alvo inventa."
c.moreira

nunca vou saber o que mais me inspira:
o poeta 
ou a sua poesia...

... e vi as borboletas...

SOBERANIA
(Manoel de Barros)

Naquele dia, no meio do jantar, eu contei que
tentara pegar na bunda do vento — mas o rabo
do vento escorregava muito e eu não consegui
pegar. Eu teria sete anos. A mãe fez um sorriso
carinhoso para mim e não disse nada. Meus irmãos
deram gaitadas me gozando. O pai ficou preocupado
e disse que eu tivera um vareio da imaginação.
Mas que esses vareios acabariam com os estudos.
E me mandou estudar em livros. Eu vim. E logo li
alguns tomos havidos na biblioteca do Colégio.
E dei de estudar pra frente. Aprendi a teoria
das idéias e da razão pura. Especulei filósofos
e até cheguei aos eruditos. Aos homens de grande
saber. Achei que os eruditos nas suas altas
abstrações se esqueciam das coisas simples da
terra. Foi aí que encontrei Einstein (ele mesmo
— o Alberto Einstein). Que me ensinou esta frase:
A imaginação é mais importante do que o saber.
Fiquei alcandorado! E fiz uma brincadeira. Botei
um pouco de inocência na erudição. Deu certo. Meu
olho começou a ver de novo as pobres coisas do
chão mijadas de orvalho. E vi as borboletas. E
meditei sobre as borboletas. Vi que elas dominam
o mais leve sem precisar de ter motor nenhum no
corpo. (Essa engenharia de Deus!) E vi que elas
podem pousar nas flores e nas pedras sem magoar as
próprias asas. E vi que o homem não tem soberania
nem pra ser um bentevi.
- in "Memórias Inventadas - A Terceira Infância", Editora Planeta - São Paulo, 2008, tomo X, com iluminuras de Martha Barros.

Foto/fonte: Revista Eletrônica • 77ª Edição • 12 a 19 de janeiro de 2013 - Letícia Spíndola
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Conheça mais sobre Manoel de Barros no Blog: http://www.elfikurten.com.br/2011/02/manoel-de-barros-natureza-e-sua-fonte.html

quinta-feira, 14 de março de 2013

... no dia da poesia

I

Se te pareço noturna e imperfeita
Olha-me de novo.
Porque esta noite
Olhei-me a mim, como se tu me olhasses.
E era como se a água
Desejasse
Escapar de sua casa que é o rio
E deslizando apenas, nem tocar a margem.
Te olhei. E há um tempo
Entendo que sou terra. Há tanto tempo
Espero
Que o teu corpo de água mais fraterno
Se estenda sobre o meu. Pastor e nauta
Olha-me de novo. Com menos altivez.
E mais atento.

X

Não é apenas um vago, modulado sentimento
O que me faz cantar enormemente
A memória de nós. É mais. É como um sopro
De fogo, é fraterno e leal, é ardoroso
É como se a despedida se fizesse o gozo
De saber
Que há no teu todo e no meu, um espaço
Oloroso, onde não vive o adeus.
Não é apenas vaidade de querer
Que aos cinqüenta
Tua alma e teu corpo se enterneçam
Da graça, da justeza do poema. É mais.
E por isso perdoa todo esse amor de mim
E me perdoa de ti a indiferença.
(Hilda Hilst)

quarta-feira, 13 de março de 2013

A Roma, com amor...


Espero sinceramente que o novo Papa, Francisco I, tenha as mesmas virtudes de 
São Francisco de Assis... 

terça-feira, 12 de março de 2013

segunda-feira, 11 de março de 2013

pele colorida...


... depois do céu tem outro céu

Depois do céu tem outro céu
Ou nem o céu existe mais
Será que o sol é de papel
Será que as nuvens são de gás
Se o mar começa em outro mar
Quem é que tira o sol do céu
Antes do dia começar
A noite é quase imortal...
(Espirais - Marjorie Estiano)

... libros


fetiche de editor...

domingo, 10 de março de 2013

sábado, 9 de março de 2013

livres pensadores...


in memoriam...

Lucas...
I hold it true, whate'er befall;
I feel it when I sorrow most;
'Tis better to have loved and lost
Than never to have loved at all.
(In memoriam A.H.H. - Alfred Tennyson)

terça-feira, 5 de março de 2013

... luz alva

(...)
Quem jóia possuir de precioso afeto,
Esconda-a com carinho e infinitos cuidados;
Tenha-na num cofre de ouro... O desejo inquieto
Envolve de bruxedo os jardins encantados.

Velhos magos caldeus abriam com lavôres
Famosos talismãs em ágatas reais;
São hoje talismãs liras de trovadores,
Mas, há liras também que são fontes letais...

Mercúrio, o caduceu às mãos, febril corria
Do zoodíaco azul os brilhantes roteiros...
Na torre do alquimista o arco-íris rompia, 
Coroando o atanor cambiantes luzeiros.

A ciência do céu e a ciência das normas
Andavam no saber de astrólogos videntes;
O alquimista estudava o mistério das formas,
O mago alimentava a esperança dos crentes.

De Hermes e de Afrodite era a fusão perfeita,
Corpo e alma, a canção da Matéria e da Essência;
Eros adormecia ao seio da alma eleita,
À fronte de Psiquê brilhava a Inteligência.

Nos arcanos do ser pairava algo sublime,
Limbo de aspirações transmutadas em luz;
A cimba do desejo era um berço de vime,
Boiando, como um sol, entre lótus azuis.
(...)

(Dario Vellozo - Obras Completas III, p. 175.)

pagan poetry...


a poesia de teus anseios espirituais...



O teu donaire, o teu sorriso,
A veludez do teu olhar,
A música sutil da voz macia
Empolgou-me,
Dominou-me,
Venceu-me!
Prendi-me em teus enlevos
Em teus enlevos emocionais;
Prendeu-me
a poesia
De teus anseios espirituais...
Prenderam-me os relevos
De teu porte discreto;
Prendeu-me o paraíso
De teu sonho de sonho e luar,
O sonho que sonhava
O teu olhar...
O teu olhar de nostalgia,
Olhar que me dizia
Teu almejo de amar;
De amar, e ser amada, e ser querida,
De ser amada além da vida...
O afeto
Em teus olhos flutuava...
-  Olhos verde-mar, na vaga peregrina,
Que beijava em surdina
Teu porte esbelto de condessa eslava.
(...)
Amei-te
Amei-te, meu amor, - com tua ternura! –
Nos enlevos de tua formosura.
Amei-te!
Vestias seda azul, tinhas ao peito,
Bem sobre o coração,
Uma rosa branca, de origem casta e pura.
Flor matinal,
Branca e formosa,
Flor cujo aroma inebriava...
Rosa sentimental que realçava
Teu porte esbelto de condessa eslava.
(Alvorecer - Dario Vellozo)

... do chumbo ao ouro...



Foram poucos os alquimistas que conseguiram transformar chumbo em ouro. Pela observação da natureza, os antigos acreditavam que o chumbo era o ouro não envelhecido, assim como o carvão é o diamante não envelhecido. A passagem de um estado da matéria ao outro depende da maturação que é dada pelo tempo da natureza. A alquimia acelera o estado de maturação da matéria transformando, em menor tempo, um elemento em outro, o que chamamos de transmutação. Transformar o chumbo em ouro envolve também outros procedimentos: é necessário escolher o Kairos, o momento perfeito no céu “o que está embaixo é como o que está em cima”; é preciso habilidade na retorta, paciência no atanor e perseverança no magistério...
Existem três planos de existência: o físico, o mental e o espiritual. O chumbo e o ouro existem no plano físico, no mental isso é traduzido como pensamentos e no espiritual como emoções.
Transformar chumbo em ouro no mundo físico é um processo complicado, mas não impossível se considerarmos as possibilidades por meio da fissão e fusão nuclear. Obviamente nesse processo se consegue ouro radioativo. Os estudiosos da alquimia afirmam que é provável que os antigos tenham manipulado o átomo e o núcleo de alguns elementos, nomeados por eles na Hermética como “obra da morte” e “obra obscura”, e, talvez tenham conseguido a tão rebuscada pedra filosofal.
Nos planos mais sutis entende-se que a busca alquímica é transformar o chumbo da ignorância (o peso da alma) em ouro espiritual (nobreza de espírito). E na alquimia interior isso ocorre no íntimo, no ego (representado pelo estágio do leão verde que come o sol – a superação da vaidade).
De qualquer forma os processos alquímicos demandam tempo e dedicação daquele que busca... perseveremos!
“Ora, lege, lege, lege, relege, labora et invenies!”
Mutus Liber