terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Dum spiro spero!


Palácio da energia elétrica e torre de água: um monumento à era da ciência. Paris, 1900.


Otimismo e Pessimismo Sobre o Século XX e Muitas Outras Coisas

Dum spiro spero! [Enquanto há vida, há esperança!] ... Se eu fosse um dos corpos celestiais, eu olharia com completo desapego para esta bola miserável de sujeira e poeira ... Eu brilharia indiferente entre o bem e o mal ... Mas eu sou um homem. A história do mundo que para você, desapaixonado cálice de ciência, para você, guarda-livros da eternidade, parece apenas um momento insignificante no equilíbrio temporal, para mim é tudo! Enquanto eu respirar, eu lutarei pelo futuro, este radiante futuro no qual o homem, poderoso e belo, se tornará mestre do fluxo incerto da História e irá direcioná-lo para um horizonte sem fim de beleza, alegria e felicidade!
O século dezenove de muitas formas satisfez e de ainda mais formas enganou as esperanças do otimista ... Ele o compeliu a transferir a maioria das suas esperanças para o século vinte. Sempre que o otimista se confrontava com um fato de atrocidade, ele exclamava: Como pode isso acontecer no limiar do século vinte! Quando ele imaginasse maravilhosamente desenhado um futuro harmonioso, ele o colocava no século vinte.
E agora este século chegou! O que trouxe com ele em sua inauguração?
Na França – o escarcéu venenoso do ódio racial; na Áustria – disputa nacionalista...; na África do Sul – a agonia de um povo pequeno, que está sendo assassinado por um colosso; na própria “ilha da liberdade” – o canto triunfante da vitoriosa avareza de agiotas chauvinistas; dramáticas “complicações” no leste; rebeliões de massas populares famintas na Itália, Bulgária, Romênia ... ódio e morte, fome e sangue ...
Parece até que o novo século, este gigante recém-chegado, está determinado mesmo no momento do seu surgimento a levar o otimista ao absoluto pessimismo e a um nirvana cívico.
– Morte à Utopia! Morte à fé! Morte ao amor! Morte à esperança! Esbraveja o século vinte em salvas de fogo e ao retumbar das armas.
– Renda-se seu patético sonhador. Aqui estou eu, o seu tão esperado século vinte, o seu “futuro”.
      Não, responde o inabalado otimista: Você, você é apenas o presente.

Trecho de um texto escrito em 1901, pelo jovem Leon Trotsky, reimpresso como introdução à primeira edição da revista Revolutionary Regroupment. Ele simboliza a determinação da revista em ser bem sucedida no seu esforço e na sua confiança fundamental na capacidade da classe trabalhadora de quebrar as correntes de opressão e inaugurar um novo capítulo na história da humanidade.

Tradução de Rodolfo Kaleb e Leandro Torres em 2011. Disponível em:
Acesso em: 04 Dez 2015.

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

pena plena...

Como se acaba um poema?
Perguntou a alma
à pena.
Sem intenção,
respondeu
a página em branco.
Quando pena
se deposita
sobre pena
página
e alma
estão plenas.

(Alice Ruiz)

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

angelus...

2 de outubro, dia do anjo da guarda...

"Vou enviar um anjo adiante de ti 
para te proteger no caminho 
e para te conduzir ao lugar 
que te preparei." 
(Êxodo 23, 20)

Que por ordem da piedosa providência Divina, 
sois meu guardião, guardai-me neste dia (tarde ou noite) 
iluminai meu entendimento; 
dirigi meus afetos; 
governai meus sentimentos 
para que eu jamais ofenda ao Deus.
Amém

Angele Dei,
qui custos es mei,
me, tibi commissum pietate superna,
illumina, custodi,
rege et guberna.
Amen

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

o que se passa em nossa mente na hora de deixar pra trás...

Nunca mais eu vou provar do teu carinho 
Nunca mais eu vou poder te abraçar 
Ou será que vou viver melhor sozinho? 
E se for mais fácil pra lhe perdoar... 

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

fada mente...

As fadas são tão mentirosas... 
contam histórias de amores que não existem...

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

O amor bate na aorta...

"o amor desenha uma curva
propõe uma geometria..."

o abismo em que habito...

"Quão mais alto ergueres tua consciência, mais profundamente adentrarás no abismo de ti. Não te apresses em possuir a sublime coroa da divindade se antes não beijastes toda tua obscura humanidade; não te podes tornar anjo sem teres bailado com demônios." 
(Eliphas Levi)


quarta-feira, 8 de julho de 2015

sábado, 4 de julho de 2015

Desperta!

acordar 
à cor dar
dar cor ao dia



domingo, 14 de junho de 2015

sábado, 13 de junho de 2015

Ilusión...

Uma vez eu tive uma ilusão
E não soube o que fazer
Não soube o que fazer
Com ela
Não soube o que fazer
E ela se foi
Porque eu a deixei
Por que eu a deixei?
Não sei
Eu só sei que ela se foi
Mi corazón desde entonces
La llora diario
No portão
Por ella no supe que hacer
y se me fue
Porque la deje
¿Por que la deje?
No sé
Solo sé que se me fue
Sei que tudo o que eu queria
Deixei tudo o que eu queria
Porque não me deixei tentar
Vivê-la feliz
É a ilusão de que volte
O que me faça feliz
Faça viver
Por ella no supe que hacer
Y se me fue
Porque la deje
¿Por que la deje?
No sé
Solo sé que se me fue
Sei que tudo o que eu queria
Deixei tudo o que eu queria
Porque não me deixei tentar
Vivê-la feliz
Sei que tudo o que eu queria
Deixei tudo o que eu queria
Porque no me dejo
Tratar de ser la feliz
Porque la deje
¿Por que la deje?
No sé
Solo sé que se me fue

quinta-feira, 4 de junho de 2015

clarificações...

Estou procurando, estou procurando. Estou tentando entender. Tentando dar a alguém o que vivi e não sei a quem, mas não quero ficar com o que vivi. Não sei o que fazer do que vivi, tenho medo dessa desorganização profunda.
Clarice

segunda-feira, 25 de maio de 2015

domingo, 10 de maio de 2015

segunda-feira, 6 de abril de 2015

domingo, 15 de março de 2015

Faça-se luz onde há involução!


Não me acerte
Não me cerque
Me dê absolvição
Faça luz onde há involução
Escolha os versos para ser meu bem

E não ser meu mal
Reabilite o meu coração...

quarta-feira, 4 de março de 2015

... somos todos poeira de universo...

Quando ouço o sábio astrônomo,
Quando as provas, os números, são arranjados em
colunas diante de mim,
Quando me mostram mapas e diagramas, para somar,
dividir e medir,
Quando, sentado, ouvindo a conferência do astrônomo,
com tantos aplausos da plateia,
Fico inexplicavelmente cansado e aborrecido,
Até que me levanto e saio, e sozinho
Mergulho na umidade noturna, de quando em quando
Admirando acima, em perfeito
silêncio, as estrelas.
(Walt Whitman)

In: CREASE, Robert P. Os 10 mais belos experimentos científicos. Rio de Janeiro: Zahar, 2006. p. 74.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

das penas...


São tantas as penas que, com elas, podemos fazer asas...
Quem não consegue voar, deve escrevê-las...
Porém, voando ou escrevendo, é inevitável sofrê-las...

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Melancholia...

  Albrecht Dürer, Melancholia, 1514.

"Nenhuma voz divina abrandou a tormenta,
Nem brilhou qualquer luz propícia,
Quando, arrancados a todos eficaz amparo,
Nós perecemos, cada qual a sós:
Mas eu submerso em um mar mais crespo,
Em abismos mais profundos do que os dele".

Blake que nem temia nem cobiçava a loucura, tornou da sensibilidade à transcendência, mas a um preço que parecemos relutar em compreender...

 BLOOM, Harold. Abaixo as verdades sagradas. SP: Cia. das Letras, 2012. p. 133.

domingo, 15 de fevereiro de 2015

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

69 é o Tao...

Aniversário da querida poetisa curitibana: Alice Ruiz.


"Quem ri quando goza é poesia até quando é prosa". 

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

há cores no abismo...


Asas do desejo
O hotel de um milhão de dólares


-   Quando os anjos de Wenders vão ter cores na sua vida?
-   Espero que nunca. Cores vibram e trazem sentido. Não busco vibrações e nem sentidos. Quero apenas a contemplação passiva, sem sentir ou esperar.... Quero à penas flutuar entre a montanha e o abismo....
...
Há penas no céu e cores no abismo de Wenders...

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

sábado, 24 de janeiro de 2015

'Cause we all have wings but some of us don't know why...

We could live
For a thousand years
But if I hurt you
I'd make wine from your tears
I told you
That we could fly
'Cause we all have wings
But some of us don't know why

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

feeling good...

Butterflies all havin' fun you know what I mean
Sleep in peace when day is done
That's what I mean
(...) Oh freedom is mine
And I know how I feel...

sábado, 10 de janeiro de 2015

Deus, me dê a coragem de viver 365 dias e noites, todos vazios de Tua presença...

Meu Deus, me dê a coragem de viver trezentos e sessenta e cinco dias e noites, todos vazios de Tua presença. Me dê a coragem de considerar esse vazio como uma plenitude. Faça com que eu seja a Tua amante humilde, entrelaçada a Ti em êxtase. Faça com que eu possa falar com este vazio tremendo e receber como resposta o amor materno que nutre e embala. Faça com que eu tenha a coragem de Te amar, sem odiar as Tuas ofensas à minha alma e ao meu corpo. Faça com que a solidão não me destrua. Faça com que minha solidão me sirva de companhia. Faça com que eu tenha a coragem de me enfrentar. Faça com que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo. Receba em teus braços meu pecado de pensar [e amar].

LISPECTOR, Clarice. A pecadora queimada e os anjos harmoniosos. In: Clarice Lispector outros escritos. Org. de Tereza Monteiro e Lícia Manzo. Rio de Janeiro: Rocco, 2005. p. 31.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015