sábado, 8 de setembro de 2012

anjos que guardam anjos...

– Sempre quis saber se o mundo para homens e mulheres é igual. As mulheres são diferentes?
– Mulheres são seres humanos. Elas carregam a luz humana. Os homens procuram, procuram, até que achem o calor que lhes faz falta. Até serem compreendidos. É tudo o que posso dizer”.
(...)
– Isso é solidão, Raphaela. É horrível. Niguém ouve o que os outros sentem. Niguém olha no coração do outro. Ninguém pergunta nada, nem informação. O que estou fazendo aqui? Só vendo o dia virar noite? Nada faz sentido… Não devo perder de vista minha missão. Como os homens vêem e ouvem? O que posso dizer é que tudo é tão bonito. É quente, a noite cai, os pássaros festejam, o céu fica em tons pastel. Mas o que há além? Eu não vejo nem ouço o sopro da eternidade, as leis universais, ou a luz do amor. Para os humanos, Raphaela, acho que não há nada além… Cada um cria seu mundo dentro de sua visão e audição. E fica prosioneiro dele. E, de sua cela, ele vê a cela dos outros.
(...)
– Cassiel!
– Devo estar em casa de novo. Estou ouvindo sua voz.
– Sempre ouvi sua voz. E vi tudo. Mais ainda, vi o mundo por meio dos seus olhos. Os humanos não vêem mais como nós.
– Os olhos deles se acostumaram só a tomar. Eles observam e tomam. Eles não sabem mais dar.
– Eles se esqueceram de que a luz entra no coração pelos olhos, e depois reflete pelos olhos do coração.
– O ciclo foi interrompido.

Diálogos do filme “Tão longe, tão perto” (Farway, so close!, Wim Wenders, 1993). 
Fonte: http://mauricioserafim.com.br/to-longe-to-perto/

Vocês...
Vocês a quem amamos...
Vocês que não nos vêem...
Vocês que não nos ouvem
Vocês nos imaginam tão longe,
No entanto, estamos tão perto...
Somos os mensageiros que aproximam os que estão longe.
Não somos a mensagem.
Somos os mensageiros.
A mensagem é o amor!
(Anjos de Wenders)

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