“Arye,
seu blog expressa uma poesia tão sensível que parece um perfume. Mas é também
tão triste e melancólico... Que passa em sua alma, minha amiga?”
Respondi
que não era a primeira vez que associavam esse blog à expressão “perfume”...
talvez seja porque os alquimistas sabem os segredos das fórmulas dos perfumes
reais e etéreos: lágrimas e orvalhos.
Quando
não existiam blogs eu escrevia poemas em cadernos, à mão. Por anos cultivei
esse hábito. Joguei-os fora porque hoje a Internet acaba sendo um grande
caderno de poesias. Mas lembro-me que folhei alguns antes de lhes dar um destino
final. Senti estima por mim mesma. Minha letra era tão bonita. Sempre fui muito “caprichosa”, como dizem na
minha terra. E minha temática parece nunca ter mudado: a existência, Deus, os
anjos e o amor... tudo sempre perfumado de muita melancolia.
Ano
passado comprei um caderno lindo, que tem na capa uma obra do Klimt, para retomar esse meu
vício de "poemar" o mundo e talvez até arriscar umas linhas... Ainda não escrevi nada e talvez nunca escreva... Por enquanto fico com
a poesia emprestada da Alice, da Clarice, da Florbela e da Hilda Hilst... Desde que aprendi a ler e escrever, a poesia sempre foi a expressão da lágrima minha de cada dia. Assim ensinou Erato à Psiquê a transmutar a dor da alma em perfume de palavras...
Em resumo, querido
amigo, a poesia é minha lágrima perfumada de cada dia. Mas é também minha
alegria e minha pena... Obrigada pela bela observação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário