sábado, 7 de setembro de 2013

... a voz do silêncio...



Aceita, pois, tanto quanto o mérito te reserva, ó de coração paciente. Anima-te e contenta-te com a sorte. Tal é o teu Carma, o Carma do ciclo dos teus nascimentos, o destino daqueles que, na sua dor e tristeza, nascem a ti ligados, riem e choram de vida a vida, presos às tuas ações anteriores.
Age tu por eles hoje, e eles agirão por ti amanhã.
É do botão da renúncia da sua própria personalidade que nasce o fruto doce da libertação final.
Condenado a perecer é aquele que por medo de Mara deixa de auxiliar os homens, receando agir em proveito próprio. O peregrino que quer refrescar os seus membros lassos em águas correntes, mas não mergulha por medo à corrente, arrisca-se a morrer de calor. A inação baseada no medo egoísta não pode dar senão mau fruto.
O devoto egoísta vive inutilmente. Vive em vão o homem que não realiza na vida a obra para que nasceu.
Segue a roda da vida; segue a roda do dever para com a tua raça e os do teu sangue, para com o amigo e o inimigo, e fecha a tua mente tanto aos prazeres como à dor. Esgota a lei da retribuição cármica. Adquire siddhis para o teu nascimento futuro.
Se não podes ser o sol, sê então o humilde planeta. Sim, se te é impossível brilhar como o sol do meio-dia sobre o monte nevado da pureza eterna, então escolhe, ó neófito, uma carreira mais humilde.
(Fragmento de A Voz do Silêncio - Mestra Helena Blavatsky)

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