Aceita, pois,
tanto quanto o mérito te reserva, ó de coração paciente. Anima-te e contenta-te
com a sorte. Tal é o teu Carma, o Carma do ciclo dos teus nascimentos, o
destino daqueles que, na sua dor e tristeza, nascem a ti ligados, riem e choram
de vida a vida, presos às tuas ações anteriores.
Age tu por
eles hoje, e eles agirão por ti amanhã.
É do botão da
renúncia da sua própria personalidade que nasce o fruto doce da libertação
final.
Condenado a perecer
é aquele que por medo de Mara deixa de auxiliar os homens, receando agir em
proveito próprio. O peregrino que quer refrescar os seus membros lassos em
águas correntes, mas não mergulha por medo à corrente, arrisca-se a morrer de
calor. A inação baseada no medo egoísta não pode dar senão mau fruto.
O devoto
egoísta vive inutilmente. Vive em vão o homem que não realiza na vida a obra
para que nasceu.
Segue a roda
da vida; segue a roda do dever para com a tua raça e os do teu sangue, para com
o amigo e o inimigo, e fecha a tua mente tanto aos prazeres como à dor. Esgota
a lei da retribuição cármica. Adquire siddhis
para o teu nascimento futuro.
Se não podes
ser o sol, sê então o humilde planeta. Sim, se te é impossível brilhar como o
sol do meio-dia sobre o monte nevado da pureza eterna, então escolhe, ó
neófito, uma carreira mais humilde.
(Fragmento de A Voz do Silêncio - Mestra Helena Blavatsky)
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