Reflexões sobre a história, a ciência, a espiritualidade humana e poesia, que faz bem à alma...
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013
terça-feira, 26 de fevereiro de 2013
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013
Pitonisa...
Pitonisas e Sibilas
(Helyette Malta Rossi)
Ouvir profecias foi um
hábito constante dos povos etruscos, romanos e gregos. Os centros proféticos se
multiplicavam em suas localidades. Porém, o mais famoso foi, sem dúvida, o de
Delfos, dedicado a Apolo. Situado no sopé do monte Parnaso, num magnífico
cenário natural, donde se podia descortinar boa parte da Grécia, para lá
acorriam pessoas de muitos países para consultas, homenagens e oferendas ao
deus.
Os textos homéricos são
ricos em citações a este templo onde Apolo, deus do sol e da profecia, se
revelava ao mortal através de suas profetisas.
Passado o inverno,
quando o sol retornava à Grécia, o mito nos diz que Apolo voltava do paraíso
hiperbóreo para Delfos, onde o esperavam as suas Pitonisas.
O nome destas
sacerdotisas provinha da serpente Pytton. Esta, após o grande dilúvio que
devastara a Grécia, ao primeiro raio de sol enviado por Apolo para recuperar um
solo lamacento, havia surgido das profundezas da terra.
As interpretações de
Pytton são divergentes. Dependem de como se entende a simbologia das serpentes.
Alguns vêem nelas a potência do mal que, surgida das entranhas da terra, foi
morta pela luz de Apolo. Para outros, correspondem ao símbolo da sabedoria, que
após um grande impacto que destruiu tudo o que era negativo, surge com toda a
força, encontrando-se com a luz sagrada de Apolo.
Como as pitonisas são
encarregadas de trazer aos seus consulentes a sabedoria profética do deus, é
possível que a serpente Pytton corresponda à segunda interpretação.
Para receberem o
beneplácito do deus e fornecerem oráculos corretos, as pitonisas se purificavam
nas águas da fonte sagrada Castália. Entrando depois no templo, situado em
enorme caverna, encaminhavam-se a um salão indo mascar folhas de louro,
sentadas sobre um tamborete de três pernas. Este, colocado exatamente sobre uma
fenda de onde emanavam vapores causadores de tonteiras, as capacitavam ao
transe. Momento sublime-segundo acreditavam- quando Apolo lhes falava. Sacerdotes
anotavam e transmitiam o que as pitonisas balbuciavam entre estremecimentos
convulsos. Tais sacerdotes por vezes deturpavam a seu bel prazer o que era
recebido conforme suas conveniências. Contudo, muitos deles até influenciaram
positivamente o desenvolvimento das cidades gregas, dando informações que
vieram a auxiliar em guerras e colonizações, dando aos oráculos uma importância
inegável.
Além das Pitonisas,
contava-se para adivinhações, profecias e oráculos ainda com Sibilas. A que
melhor sobressaiu-se foi a de Cumes, local da Itália onde existiu uma
gruta-santuário de Apolo. Esta Sibila notabilizou-se principalmente por seus
famosos livros (os Sibilinos). Neles, ela teria predito os destinos de Roma e
seriam sempre revistos como orientações em épocas de grandes crises.
A Capela Sistina nos
apresenta, em magníficos afrescos de Michelangelo, uma serie de Sibilas.
Algumas portando galhos de louro, mas todas com manuscritos ou livros às mãos
num simbolismo da sabedoria que Apolo lhes transmitia.
Eram privilegiadas por
este deus solar, mas ele se tornava implacável quando alguma delas se negava a
amá-lo. Assim aconteceu com a Cassandra,
filha do rei de Troia. Apolo lhe deu o dom da profecia, desejando em troca o
seu amor. Porém, quando ela lhe resistiu, ele, decepcionado, lhe impôs um
castigo. Ninguém jamais acreditaria nas profecias saídas da boca de Cassandra.
Isto resultou em desastres, posto que suas advertências de que Páris ao roubar
Helena causaria a destruição de Troia, não foram ouvidas. Nem tampouco seus
avisos proféticos de que o célebre “Cavalo de Troia” era um perigo iminente,
uma grande farsa que os gregos impingiriam aos troianos.
Nem a Sibila de Cumes,
tão famosa, subtraiu-se à ira de Apolo. Ele a queria tanto, que prometeu
dar-lhe tudo o que desejasse. A Sibila então pegou um punhado de areia e lhe
pediu tantos anos de vida quantos grãos tivesse nas mãos.
O deus notou que ela
esqueceu-se de pedir-lhe uma paralela juventude eterna. Ainda usou esta
promessa para tentar convencê-la. Porém, quando ainda assim ela recusou-se a
ele, Apolo deixou que ela envelhecesse. Os anos de vida da Sibila permanecerão
por séculos incontáveis, mas seu corpo degenera sempre.
Em angústias terríveis a
Sibila se arrepende de ter querido viver tanto e ter recusado amar Apolo.
http://odespertardaespiritualidade.blogspot.com.br/2012/08/pitonisas-sibilas.html
domingo, 24 de fevereiro de 2013
sábado, 23 de fevereiro de 2013
assim...
Imprescindível assim
(Maria Augusta Pimenta)
Como a gota que
só existe pela consequência da água,
umidade
Estou assim,
no Cosmos no além-vida
no sempre existir.
Você acontece através de Mim.
Sendo você mesma
assim.
Na vacuidade da razão
na excrescência do viver
Estou na inconstância do ir e
vir do amanhecer ao ocaso.
Primaveras,
broto secos
evasão da forma é nova vida
florada perdida
de encantos e zumbidos
Procrio a aurora
nas vertentes de um elo
porque sou fórmula fecunda
no incessante gerir, procriar, girar, existir.
Elementais e formas
são penumbras de um vácuo
que se efetiva nas brumas
véus de Minha estrutura.
Assim, imprescindível
aconteço, alterno e arremesso
Frenesi, minúsculos sentidos
Imprescindível assim
nas amaranhadas manifestações da forma...
textos herméticos...
LA TABLA DE ESMERALDA
Verum sine mendacio, certum et verissimum:
quod est inferius es sicut quod est superius,
et quod es superius es sicut quod est inferius,
ad perpetranda miracula rei unius.
Et sicut omnes res fuerint ab uno
mediatione unius,
sic omnes res natae fuerunt ab hac una re, adaptatione.
Pater eius est sol, mater eius luna;
portavir illud ventus in ventre suo;
untrix eius terra est.
Pater omnis telesmi totius mundi est hic.
Vis eius integra est,
si versa fuerit in terram.
Separabis terram ab igne,
subtile a spisso,
suaviter, cum magno ingenio.
Ascendit a terra in coelum,
iterumque descendit in terram.
Et recipit vim superiorum et inferiorum.
Si habebis gloriam totius mundi.
Ideo fugit a te omnia obscuritas.
His est totius fortitudinis fortitudo fortis.
Quia vincet omnem rem subtilem
omnem solidam penetrabit.
Sic mundus creatus est.
Hinc erunt adaptationes mirabiles, quarum modum est hic.
Itaque vocatus sum Hermes Trismegistus, habens tres partes philosophiae totius mundi.
Completum est quod dixi de operatione solis.
Verum sine mendacio, certum et verissimum:
quod est inferius es sicut quod est superius,
et quod es superius es sicut quod est inferius,
ad perpetranda miracula rei unius.
Et sicut omnes res fuerint ab uno
mediatione unius,
sic omnes res natae fuerunt ab hac una re, adaptatione.
Pater eius est sol, mater eius luna;
portavir illud ventus in ventre suo;
untrix eius terra est.
Pater omnis telesmi totius mundi est hic.
Vis eius integra est,
si versa fuerit in terram.
Separabis terram ab igne,
subtile a spisso,
suaviter, cum magno ingenio.
Ascendit a terra in coelum,
iterumque descendit in terram.
Et recipit vim superiorum et inferiorum.
Si habebis gloriam totius mundi.
Ideo fugit a te omnia obscuritas.
His est totius fortitudinis fortitudo fortis.
Quia vincet omnem rem subtilem
omnem solidam penetrabit.
Sic mundus creatus est.
Hinc erunt adaptationes mirabiles, quarum modum est hic.
Itaque vocatus sum Hermes Trismegistus, habens tres partes philosophiae totius mundi.
Completum est quod dixi de operatione solis.
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013
terça-feira, 19 de fevereiro de 2013
... no Templo das Musas...
O Templo das Musas do
Instituto Neo-Pitagórico fica em Curitiba. Foi construído em estilo neoclássico
e inaugurado por Dario Vellozo em 1918. Passou por um incêndio em 1987, quando
grande parte das obras raras de Vellozo perderam-se, um incidente lastimável. Atualmente
abriga uma biblioteca que guarda parte importantíssima da memória da cidade de
Curitiba, sendo o próprio templo um pedaço vivo da história do Paraná. Em
breve, o edifício deverá passar por uma reforma, a qual, no entanto, não recebe
o apoio das instituições que cuidam do patrimônio histórico no Brasil...
Visitei-o recentemente. Rendi
homenagens ao mestre Dario Vellozo e ao saudoso professor Rozala Garzuze com um
singelo ramalhete de jasmins murchos... pegos no jardim de uma amiga. Meditei por
uns instantes à sombra das araucárias e contemplei alguns símbolos espalhados pelo
jardim. Mas a real intenção com minha visita foi levar um casal de amigos queridos
a receber as bênçãos de Eros para agora viverem a oitava mais elevada do amor:
o perdão, já que perdoar, vem de per e doar, mais que doar, mais
que amar... que os céus serenem seus corações!...
Quanto a mim, busco apenas a
inspiração... pois ainda que eu ame os homens e os anjos, sem inspiração, eu
nada sou...
Instituto Neo-Pitagórico: http://www.pitagorico.org.br/modules/content/index.php?id=1
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013
...eflúvios...
a luz que em cima e ao lado
feito fosse um alaúde ou lira
tange e emana
sutis e sidéreos eflúvios
acordes de silêncio
para quem lê ou sente
os sons dessa serpente
altissonantes vibram
docemente
almas afins
regam de cor e som
a síntese alquímica dos contrários
regato que perdura
para além do bem e do mal
pousa na terra a esfumatura da nuvem celeste
e aterra no céu o seu tom sideral
(c.moreira)
in: http://baudefragmentos.blogspot.com.br/
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013
o vazio do símbolo...
Tu, místico, vês uma significação em todas as cousas.
Para ti tudo tem um sentido velado.
Há uma cousa oculta em cada cousa que vês.
O que vês, vê-lo sempre para veres outra cousa.
Para mim, graças a ter olhos só para ver,
Eu vejo ausência de significação em todas as cousas;
Vejo-o e amo-me, porque ser uma cousa é não significar nada.
Ser uma cousa é não ser susceptível de interpretação.
(Alberto Caeiro 12/04/1919)
Para ti tudo tem um sentido velado.
Há uma cousa oculta em cada cousa que vês.
O que vês, vê-lo sempre para veres outra cousa.
Para mim, graças a ter olhos só para ver,
Eu vejo ausência de significação em todas as cousas;
Vejo-o e amo-me, porque ser uma cousa é não significar nada.
Ser uma cousa é não ser susceptível de interpretação.
(Alberto Caeiro 12/04/1919)
... Deus dá asas à minha cobra...
Mexo, remexo na inquisição
Só quem já morreu na fogueira
Sabe o que é ser carvão...
Só quem já morreu na fogueira
Sabe o que é ser carvão...
terça-feira, 12 de fevereiro de 2013
árvore do sonho...
Árvore verde
(Fernando Pessoa - Poesias Inéditas)
Árvore verde,
Meu pensamento
Em ti se perde.
Ver é dormir
Neste momento.
Que bom não ser
'Stando acordado !
Também em mim enverdecer
Em folhas dado !
Tremulamente
Sentir no corpo
Brisa na alma !
Não ser quem sente,
Mas tem a calma.
Eu tinha um sonho
Que me encantava.
Se a manhã vinha,
Como eu a odiava !
Volvia a noite,
E o sonho a mim.
Era o meu lar,
Minha alma afim.
Depois perdi-o.
Lembro ? Quem dera !
Se eu nunca soube
O que ele era.
Árvore verde,
Meu pensamento
Em ti se perde.
Ver é dormir
Neste momento.
Que bom não ser
'Stando acordado !
Também em mim enverdecer
Em folhas dado !
Tremulamente
Sentir no corpo
Brisa na alma !
Não ser quem sente,
Mas tem a calma.
Eu tinha um sonho
Que me encantava.
Se a manhã vinha,
Como eu a odiava !
Volvia a noite,
E o sonho a mim.
Era o meu lar,
Minha alma afim.
Depois perdi-o.
Lembro ? Quem dera !
Se eu nunca soube
O que ele era.
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013
... feliz ano novo!
Hoje é o primeiro dia do ano budista, baseado no calendário lunar, data que coincide com o Carnaval ocidental. Inicia-se também o ano da serpente de água, um ano para se exercitar a paciência, a sabedoria, a tolerância e o perdão, segundo os tibetanos. Desde sexta-feira, no templo budista tibetano, algumas pessoas estão reunidas em orações e celebrações de rituais, com recitações de mantras. A principal recitação de hoje foi à Tara Verde, o aspecto feminino de Buda.
Tara é conhecida como Drolma, a Salvadora, pois ela é a manifestação da energia feminina da mente iluminada: a sabedoria. Tara Verde é a energia da intuição e da criação. Seu semblante é tranquilo e sereno, com um leve sorriso. Tara costuma estar adornada com colares, pulseiras, braceletes e tornozeleiras. Seus olhos são amorosos e compassivos. Diz-se que os olhos de Tara expressam compaixão como o olhar de bondade de uma mãe a seu filho amado.
No budismo tibetano, quando desenvolvemos os aspectos de Tara dentro de nós, passamos a ter mais vitalidade e disposição para realizar nossos projetos de vida, já que Tara elimina os obstáculos mentais criados pelo medo e pela preguiça. Tara nos ajuda a colocar as idéias em ação. Suas vibrações evocam a chama da vida, a flama espiritual e trazem renovação e sabedoria para aprender as lições da existência. A contemplação de seu movimento nos leva ao oceano do Nirvana. Diante d'Ela os apegos e mágoas viram pó. Tara semeia estrelas da renovação do Ser. Recitar seu mantra nos ajuda a eliminar toda a negatividade, o medo, o ressentimento e a mágoa. E traz a cura, a proteção, a fé e a coragem àquele que o recita.
OHM TARE TUTARE TURE SOHA!
"OHM - A luz de tudo
TARE - dissolvendo
TUTARE - as dores e dramas
TURE - sim, dissolvendo...
SOHA - Que assim seja!"
Um bom ano à todos... que tenhamos sabedoria para lidar com os nossos desafios existenciais, sem nos perder do caminho...
Namastê!
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013
...uma alma de Fernando
"Não sei quantas almas tenho,
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem achei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma."
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem achei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma."
(Pessoa)
terça-feira, 5 de fevereiro de 2013
Sri Ramana Maharshi...
Fragmentos de um diálogo interno com a obra de Rarrana Maharshi:
-Qual o objetivo mais elevado da experiência espiritual?
-Maharshi - A compreensão do eu superior.
-A solidão é necessária ao buscador?
-Maharshi - A solidão está na mente do homem. É possível estar em plena vida mundana, mantendo-se, contudo, a serenidade perfeita da mente; tal pessoa está sempre em solidão. Outra pessoa pode permanecer na floresta e, ainda assim ser incapaz de controlar sua mente. Não se pode dizer que esteja em solidão. A solidão é uma atitude da mente; o homem apegado às coisas da vida não pode alcançar a solidão, onde quer que esteja. Um homem desapegado está sempre em solidão.
-O que é mouna (silêncio mental)?
-Maharshi – É o estado que transcende a linguagem e o pensamento, é a meditação sem atividade mental. A subjugação da mente é meditação; a meditação profunda é a linguagem eterna. O silêncio é a linguagem eterna; é o fluxo perene da “linguagem”, eterna. O silêncio é a linguagem eterna; é o fluxo perene da “linguagem” (...) Existe um estado em que cessam as palavras e prevalece o silêncio.
-Como se pode pode obter o estado de bem-aventurança eterna, em que não há sofrimento?
-Maharshi – Além da afirmativa dos Vedas de que onde quer que haja um corpo existe sofrimento, essa é também a experiência direta de todas as pessoas; portanto, o buscador deve investigar a sua verdadeira natureza que é sempre destituída de corpo, e deve permanecer nela. Esse é o meio de alcançar aquele estado.
Editado de: http://www.humaniversidade.com.br/iluminacao.htm
sentido...
Lição do dia: "Cara, por que você acha que Buda nasceu na Índia e não nasceu em Paris, Londres ou Japão... Porque a Índia é trash, véi. O negócio era correr para dentro, porque fora a coisa não dava não. Fora: Maya, ilusão e sofrimento. Dentro: luz, paz e iluminação."... Sabedoria alcoólica, é verdade, mas quem vai discutir a essência da sabedoria... Busquemos então, a iluminação!
domingo, 3 de fevereiro de 2013
luxúria...
Só os fortes sobrevivem a um trânsito de Plutão. Suas energias são devastadoras
e alquimizadoras. Plutão foi descoberto em 1928
e traz com ele os arquétipos da morte, sexo, dinheiro, poder, traição, tratadas
na casa 8 de um mapa astral. Além de outras associações como a guerra, a bomba
atômica, a AIDS e a fotografia. No entanto, ele também é o planeta da transmutação,
da regeneração e da cura. Sua órbita é errante e ele pode permanecer em um
signo do zodíaco por até 30 anos, o que significa um longo período de
aprendizado para aquele que busca ou sofrimento para a alma que vaga pela existência.
Procurei uma imagem que refletisse as energias de Plutão, então lembrei do
filme As Idades de Lulu, do Bigas
Luna. O filme tem todos os elementos plutonianos, é intenso, sedutor e luxurioso.
A trilha sonora maravilhosa é do Lou Reed. Uma boa distração para domingo à
noite...
sábado, 2 de fevereiro de 2013
... assim como no início, o fim...
QUERO, terei -
Se não aqui,
Noutro lugar que inda não sei.
Nada perdi.
Tudo serei.
(uma pessoa de Fernando)
Os astros seguem seu caminho...
Falhei. Os astros seguem seu caminho.
Minha alma, outrora um universo meu,
É hoje, sei, um lúgubre escaninho
De consciência sob a morte e o céu.
Falhei. Quem sou vivi só de supô-lo.
O que tive por meu ou por haver
Fica sempre entre um polo e o outro polo
Do que me nunca há-de pertencer.
Falhei. Enfim! Consegui ser quem sou,
O que é já nada, com a lenha velha
Onde, pois valho só quanto me dou,
Pegarei facilmente uma centelha.
(1-2-1933)
Poesias Inéditas (1930-1935). Fernando Pessoa. Lisboa: Ática, 1955 (imp. 1990).p. 121.
Minha alma, outrora um universo meu,
É hoje, sei, um lúgubre escaninho
De consciência sob a morte e o céu.
Falhei. Quem sou vivi só de supô-lo.
O que tive por meu ou por haver
Fica sempre entre um polo e o outro polo
Do que me nunca há-de pertencer.
Falhei. Enfim! Consegui ser quem sou,
O que é já nada, com a lenha velha
Onde, pois valho só quanto me dou,
Pegarei facilmente uma centelha.
(1-2-1933)
Poesias Inéditas (1930-1935). Fernando Pessoa. Lisboa: Ática, 1955 (imp. 1990).p. 121.
Assinar:
Postagens (Atom)