Joana,
minha querida mestra, professora de Astrologia, que já não está mais entre nós,
certa vez me disse que eu não precisava procurar livros, que eu ficasse
tranquila que eles viriam até mim. Por muitas vezes isso aconteceu. Uma vez,
caminhando por um sebo, um livro despencou da estante na minha cabeça. Era um
livro sobre magia Wicca e claro que
não titubeei em adquiri-lo. Outra, uma menina, que me viu uma única vez na
vida, mandou-me uma tradução do Anjo
Guardião, nunca pude nem mesmo agradecê-la. E por muitas outras vezes
livros me apareceram ou me foram dados
de presente. Inclusive, herdei parte da biblioteca de Joana, que cuido e estudo
com o maior respeito. Já Tereza, minha outra mestra e orientadora, disse-me que
o que eu procurava não estava nos livros, que eu tivesse paciência que um dia
eu encontraria as respostas que tanto busco. Mas enquanto as respostas não vem
pelo meu próprio mérito, continuo a buscar nos livros. Outro dia comentei que
tinha esperança de um dia encontrar um manuscrito decrépito de algum velho
alquimista. Pois não é que me chegou às mãos um manual de filosofia oculta do
renascentista Cornelius Agrippa!... Não é o tipo de livro que se vê nas
livrarias. Tem 1103 páginas e a capa está zelosamente guardada por uma
serpente, possivelmente uma alusão à árvore do conhecimento do bem e do mal. Estava
em cima de uma caixa na casa de um querido amigo, sob a égide de um de meus
números mágicos. Curiosa, peguei o tesouro para examiná-lo melhor e ouvi a voz
de meu amigo “Arye, é seu, comprei esse livro para você em um sebo em Curitiba.”
Indescritível alegria. Eu, que venho experimentando uma fase introspectiva e
solitária, pensei comigo: puxa, se devo ficar só, que eu fique só cercada de
livros e de conhecimento. Vamos ver o que mestre Agrippa tem a me ensinar...
Nenhum comentário:
Postar um comentário