Meu avô foi um homem simples, um brasileiro comum. Operário, com pouco estudo, mas muito trabalhador. Governo bom para ele foi o da Ditadura. Nietzsche foi um grande otimista perto dele. Dedicou a vida a encontrar uma panela de ouro enterrada em algum lugar, verdadeira obsessão. Mas o que conseguiu uma vez foi um cofrinho com algumas moedas do tempo do cruzeiro. Carro?!... só para andar à noite, pois era muito perigoso. Andava sim de bicicleta, mesmo em dias de chuva. Ele partiu ontem... A lembrança que eu vou guardar dele é a de um Dom Quixote pós-moderno montado em sua bicicleta em busca do sonho de encontrar a sua panela de ouro... "Vô, procure no fim do arco-íris..."