terça-feira, 31 de março de 2009

metamorfose...


A origem da expressão “Alquimia” parece ser um tanto obscura. Muitos concordam que o prefixo “Al”, que funciona como artigo, pode ter vindo do árabe. Lembremos do domínio árabe na Europa a partir do século VIII. Foram eles os grandes responsáveis pela divulgação dos textos alquímicos entre os ocidentais. “Quimia” por outro lado, parece ter outras possibilidades de origem. Pode ter origem chinesa e mesmo egípcia, onde “chimia” significa terra negra. Em grego encontramos “chyma” (fundição de metais) e “chymos” (humor). A palavra pode ter também relação com “Can”, filho de Noé, que teria salvo os conhecimentos pré-diluvianos. Outra referência é “Chema”, anjo caído mencionado nos Apócrifos, que teria transmitido aos homens a arte da Alquimia. E ainda, “Al Chama”, pesquisado por intermédio do fogo, em árabe.

Num antigo texto helenístico referente à alquimia intitulado A Profetisa Ísis para seu filho, Ísis revela como obteve de um anjo, que a desejava, o grande segredo da técnica egípcia da alquimia. Esse encontro aconteceu num momento favorável da posição dos astros no céu: o Kairos, o "momento favorável", que domina um dos aspectos da alquimia. É a relação entre o macrocosmo e microcosmo. O anjo lhe revelou não somente receitas mágicas para a obtenção do ouro alquímico; mas também, a necessidade da união dos opostos para consegui-lo, no momento favorável; o que é expresso pela exortação final de Ísis a seu filho Osíris: “De modo que tu és eu e eu sou tu”.

Mas quem eram os alquimistas?

Seguramente eram pesquisadores! Um castelo distante, um laboratório escuro, cheio de engenhocas, a parafernália de tubos de ensaio, líquidos coloridos, pinças, assopradores, balança, cadinhos, potes de louça, substâncias estranhas, fervuras, cheiros, restos mortais de animais e de plantas compõem a imagem consagrada do alquimista, imagem esta que se funde à imagem do mago e do cientista e que parece se confundir no labirinto dos tempos. O mago, o alquimista e o cientista, na verdade são variações da mesma intenção científica. Embora, variem suas filosofias, suas verdades, seus objetos, suas convicções e seus contextos históricos. Mas a princípio eles retratam o pesquisador, interessado pela natureza em seus tempos e contextos.

A observação da natureza demonstra que na natura tudo é cíclico. Tudo obedece a estágios de existência e maturação. Da lagarta que se metamorfoseia em borboleta à uva, que vira vinho, que vira vinagre. Tudo se transforma naturalmente. Porém, tudo, inclusive a natureza, está submetida ao tempo. Tudo tem seu tempo de maturação. Nesse sentido, os alquimistas acreditavam que seria possível ao homem “acelarar” esses processos naturais de maturação por meio de uma intervenção que, manipulando os estágios, o conhecer e fazer, conseguir-se-ia transmutar a matéria. A transmutação, portanto, é a “aceleração” dos processos naturais da matéria, a partir da idéia hermética de um modelo de explicação da natureza, de que tudo vem de uma única matéria, uma matéria prima. Ao seguir a natureza, por meio das ciências naturais, a Alquimia poderia assim imitá-la e dominá-la.


segunda-feira, 30 de março de 2009

... se falássemos a língua dos anjos...



Vocês...
Vocês a quem amamos...
Vocês que não nos vêem...
Vocês que não nos ouvem
Vocês nos imaginam tão longe,
No entanto, estamos tão perto...
Somos os mensageiros que aproximam os que estão longe.
Não somos a mensagem.
Somos os mensageiros.
A mensagem é o amor!
(Anjos de Wenders)

Os alquimistas estão voltando...


Thot é o mais misterioso dos deuses egípcios. É símbolo da Sabedoria e Autoridade. É o escriba silencioso que, com sua cabeça de Íbis, a pena e a tabuleta, registra os pensamentos, as palavras e os atos dos homens, que mais tarde pesará na balança da Justiça. Platão diz que Thot foi o criador dos números, da geometria, da astronomia e das letras. A cruz que leva na mão é símbolo de vida eterna e seu bastão emblema de sabedoria divina. Esse mesmo deus na Grécia aparece como Hermes, em Roma como Mercúrio, na Babilônia como Nebo. Os arquétipos simbólicos incorporados pelo deus Hermes estão associados à comunicação, à escrita, ao conhecimento, à ciência, à magia, à cabala, à astrologia e à alquimia. Algumas correntes místicas defendem que Hermes existiu em tempos de Moisés. Outras dizem ainda que Hermes foi Moisés. O mais provável é que Hermes tenha sido o selo de uma escola de sábios da antiguidade que existiu até o século IV d. C. Hermes teria previsto o nascimento de Joshua, quando falou do verbo se fazer carne. Mas alguns estudiosos afirmam que os textos herméticos não poderiam pertencer a tempos muito anteriores ao advento do cristianismo, aliás já se sabe desde o Renascimento que os textos do Corpus Hermeticum foram produzidos no século II d. C. pelos primeiros cristãos gnósticos. Divergências à parte sobre a origem dos textos herméticos, Hermes Trismegisto representa no entanto, o 3 vezes grande, 3 vezes mago. Acredita-se que ele carregue as três partes da filosofia universal. Se considerarmos Hermes uma escola, composta por magos humanos e não um ser único divino ou sobrehumano, podemos admitir que os três reis magos astrólogos mencionados nas Escrituras na visita pelo nascimento de Joshua, podem ser os magos da escola de Hermes!... pois eles traziam as três partes da sabedoria universal (da Pérsia, do Egito e da Índia). E Seus presentes, incenso, mirra e ouro, representam os componentes alquímicos da magia trismegista. Bom, essa é a minha teoria.

O texto hermético que serviu como base à alquimia renascentista foi a "Tábua de Esmeralda". Dela extraímos os preceitos básicos da grande alquimia divina: a criação da natureza e de todas as coisas. Foi Deus quem fez tudo o que se vê e o que não se vê... Deus é o grande alquimista do universo!!!

Hermes Trismegisto e sua celeste tábua de esmeralda

(Jorge Ben Jor)

Hermes Trismegisto escreveu
com uma ponta de diamante em uma lâmina de esmeralda. O que está embaixo é como o que está no alto,
e o que está no alto é como o que está embaixo. E por essas coisas fazem-se os milagres de uma coisa só.
E como todas essas coisas são e provêm de um
pela mediação do um, assim todas as coisas são nascidas desta única coisa por adaptação. O sol é seu pai, a lua é a mãe.
O vento o trouxe em seu ventre.
A terra é seu nutriz e receptáculo.
O Pai de tudo, o Thelemeu do mundo universal está aqui.
O Pai de tudo, o Thelemeu do mundo universal está aqui.
Sua força ou potência está inteira,
se ela é convertida em terra.
Tu separarás a terra do fogo e o sutil do espesso,
docemente, com grande desvelo.
Pois Ele ascende da terra e descende do céu
e recebe a força das coisas superiores
e das coisas inferiores.
Tu terás por esse meio a glória do mundo,
e toda obscuridade fugirá de ti.
e toda obscuridade fugirá de ti.
É a força de toda força,
pois ela vencerá qualquer coisa sutil
e penetrará qualquer coisa sólida.
Assim, o mundo foi criado.
Disso sairão admiráveis adaptações,
das quais aqui o meio é dado.
Por isso fui chamado Hermes Trismegistro,
Por isso fui chamado Hermes Trismegistro,
tendo as três partes da filosofia universal.
tendo as três partes da filosofia universal.
O que disse da Obra Solar está completo.
O que disse da Obra Solar está completo.
Hermes Trismegisto escreveu com uma ponta de diamante em uma lâmina de esmeralda.
Hermes Trismegisto escreveu com uma ponta de diamante em uma lâmina de esmeralda.



domingo, 29 de março de 2009

As mil e uma histórias...


Ariane (Dario Vellozo)

O teu fio, Ariane, as Horas tecem,
Fio de amor,
Linho de amor;
Nos meandros da VIDA os cardos crescem
E espinhos e tojais nos menadros da DOR;
Se os Sonhos aparecem,
Vêm com eles a Mágoa e o Dissabor.

O fio louro do IDEAL salvou
Do escuso labirinto o impávido Teseu;
Teu coração amou...
E o Minotauro a suas mãos morreu.

A lição da legenda:
O Espírito que vence e domina a Matéria...
Fio da Liberdade, cuja lenda
A Vida canta sob a luz sidéria.

Tua dedicação deu-lhe o novelo,
Mas Teseu não sentiu teu coração;
Deslumbrou-lhe o fulgor de teu cabelo,
Não os fulgores da dedicação...

O sacrifício que fizeste, vale
Pela beleza de teu lindo gesto;
Servo seria da rainha Onfale,
Preso ao quebranto; mas, teu ser honesto
Deu-lhe o fio da vida, não tomou
O coração que te devia tudo;
E ele o fio dos anos te quebrou,
Esquecido dos olhos de veludo!...

Não perdeste, contudo; o fio passa
Entre parcéis de angústia e de saudade;
Mas, o fio da Vida a vida enlaça,
E continua pela Eternidade!

A evolução dos ínfimos ressumbra
Da bondade, do gênio dos Eleitos,
A INTELIGÊNCIA surge da penumbra,
Surgem da LUZ os corações perfeitos.

ATENÊ, a Vitória, em tua destra, estende
As asas, ledo alor, às mãos uma grinalda
De louros, - que relembra Dafnê!
A energia da VIDA os seios fende,
Teu elmo, - Eifer azul, - refulge,
Fulge
Teu olhar de esmeralda.

ATENÊ, ATENÊ,
Os filhos do Titã esperam-te. Desfraldada
O teu peplo de luz, cinge o Mundo, ATENÉIA!

Soe a tuba da FAMA a vitória da IDÉIA!

...

Walter Benjamim compara a Tradição a um elo que liga o presente à memória de um passado. A história é contada como um "tecer" de várias histórias (a origem da palavra texto está ligada a essa idéia). São possíveis aqui também alusões à Penélope, Ariadne e Scheherazade. Todas tecem o tempo. As histórias ganham novas interpretações a cada leitura. Um texto cria outro texto. O ato de contar histórias é representado por Benjamim com Scheherazade, que imenda uma história na outra e vai assim prolongado a sua vida e adiando a setença imposta pelo sultão.

Vou contar muitas histórias, pois todo historiador tem um pouco de Scheherazade dentro de si.

Sciencia, Arte e Mysterio...


"Proezas Alquímicas: a ciência e o esoterismo de Dario Vellozo na terra das araucárias (Curitiba 1890 - 1913)" é o título de minha pesquisa, inspirado no artigo "Proesas da moderna Alchimia" de Dario Vellozo. Fiz uma investigação sobre as origens místicas da ciência, advindas da tradição hermética renascentista. Estudei alquimistas e posteriormente cientistas. Visitei um outro país chamado "passado".
Depois de tantas leituras, trabalhos, pesquisas e escritas... falo da minha pequena toca: um espaço de 2,0 X 1,5 (o quartinho da empregada), que funciona como meu escritório e laboratório, onde leio, escrevo, faço pesquisas, sortilégios, orações..., onde crio e rendo graças aos céus... o meu pequeno mundo, a minha BatCaverna.
A idéia da criação do blog é compartilhar pesquisas, reflexões, dissiminar boas idéias e principalmente dialogar sobre os desafios do nosso tempo, ecologia, energia, paz entre os povos e o futuro da nossa espécie. As temáticas a serem discutidas serão relacionadas à ciência, arte e mistério, misturando as realidades do passado, do futuro e do presente, como numa descrição de Einstein:

Olhamos para um céu irreal que reflete um céu passado e que não aconteceu. A belíssima visão do Universo, que sempre fascinou os homens de todos os tempos, reflete um céu que “não aconteceu” da forma como a imagem refletida chega até nós. Se hoje fotografarmos um setor do Universo, veremos estrelas e astros que nos mandaram suas luzes de um tempo tão remoto, de épocas tão diferentes, que o quadro atual, como nos chega, é quase uma “fantasia cósmica”.Uma estrela que já morreu há um bilhão de anos envia sua imagem ao lado de outra que transmitiu sua luz há 100 milhões de anos... Elas “aparecem juntas”, nesta foto fantástica, como se tivessem vivido ao mesmo tempo ou como se estivessem lá agora, tal qual “a foto do seu tataravô ao lado do seu trineto que ainda não nasceu.”


Quer viajar pelo tempo e pelo espaço nas asas da imaginação de uma peregrina?
Boa viagem...

E disse Deus: Fiat lux!... E tudo se iluminou...

1, 2, 3 ... testando...
som, som, som...

Ohmmmmmmm...
Ohmmmmmmm...
Ohmmmmmmm...

ॐ Ohm Padmosnisa Vimale Hûm Phat ॐ

Segundo o budismo tibetano, diz-se que quem quer que veja, escute, lembre ou toque este mantra será purificado de toda a negatividade e ganhará a liberdade para renascer nos reinos mais elevados...