terça-feira, 28 de abril de 2009

Ensinamentos Herméticos...


Santo é Deus o Pai de tudo, que era antes do primeiro princípio;

Aceita as puras oferendas das palavras de uma alma e um coração elevados até Tua presença, Tu que as palavras não podem descrever, nenhuma língua pode expressar, a Quem só o silêncio pode declarar.

Ora àquele que é Único, pois só o pensamento pode "ver" o oculto e imanifesto. Mas se desejas ver Deus, contempla o Sol, a Lua, as estrelas, a natureza, as nuvens, os mares, os rios, as montanhas, o firmamento, o arco-íris, as árvores, as flores e tudo o que Ele criou. Pois só podemos vê-Lo com os olhos naquilo que é manifesto.

Deus faz o Éon
Éon está em Deus
A alma de Éon é Deus.

Éon faz o Cosmo
O Cosmo está em Éon
A alma do Cosmo é Éon

Éon faz o Tempo
O Tempo está no Cosmo
O tempo faz o Vir-a-ser.

terça-feira, 21 de abril de 2009

... e se o 666 for o www da internet?


Consta no capítulo 13 do Apocalipse:

"Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento, calcule o número da besta; porque é o número de um homem e o seu número é 666."

A palavra "entendimento" em outras versões é traduzida também como discernimento.

Pois bem, tenho uma teoria: tenho razões para acreditar que o 666 mencionado no Apocalipse equivale ao www da internet, isto porque em hebraico as letras têm correspondentes numéricos:
1. aleph 12. lamed
2. beth 13. men
3. ghimel 14. num
4. daleph 15. samech
5. he 16. hain
6. vau 17. phé
7. zain 18. tsade
8. heth 19. coph
9. teth 20. resh
10. iod 21. schin
11. caph 22. thau

A escrita da fonética das letras hebraicas varia conforme a tradução. Optei por essa versão, proposta por Papus em seu estudo sobre a Cabala.

Como podemos observar a 6a. letra do alfabeto hebraico é o VAU, que tem como correspondente lingüístico em outros idiomas o "u", o "v" ou ainda o "w". Se convertermos para www, temos o 666 apocalíptico!!! É isso mesmo, o 666 pode muito bem ser o www!
A idéia da internet se encaixa perfeitamente ao "mentiroso", pois infelizmente muitos a usam para disseminar mentiras como sendo verdades. Já não sabemos o que é real e o que é fictício nos emails que recebemos. E pior, muitas vezes acreditamos nas barbaridades que são escritas. No mundo virtual, uma coisa escrita hoje, pode estar colocada totalmente diferente amanhã. No livro de George Orwell "A Revolução dos Bichos", há um momento que os bichos lêem uma frase escrita na entrada do celeiro, no outro dia as palavras mudam de lugar, algumas surgem e outras somem, passando idéias completamente diferentes da originalmente grafada. Então, eles já não sabem dizer o que é verdade e o que é mentira. E isto é o que mais acontece nessa maravilha da internet. Já não vivemos sem ela. Necessitamos dela para o nosso dia-a-dia. Nossa cabeça (olhos e testa) está sempre direcionada para o monitor e nossas mãos (principalmente a direita), estão marcadas pela tendinite. Será que ao sentarmos em frente ao computador diariamente, não estamos cultuando a Besta? Será que o espaço reservado ao computador em nossas casas não é também um altar ao mundo vitual, à Besta? É bom pensar a respeito...

Mas há um pequeno problema aqui, o livro do Apocalipse foi escrito em grego e não em hebraico!!! E o alfabeto grego é composto por 24 letras, sendo a 6a. o "zeta", o que desmonta a minha teoria. Uffffa, que alívio!!!
1. alfa 13. ni (nu)
2. beta 14. xi
3. gama 15. ômicron
4. delta 16. pi
5. épsilon 17. rô
6. zeta 18. sigma
7. eta 19. tau
8. teta 20. úpsilon
9. iota 21. fi (phi)
10. kapa 22. qui (chi)
11. lâmbda 23. psi
12. mi (mu) 24. ômega

Aqui também existem variações da escrita fonética das letras.

Então, não estamos agora em frente à Besta... Ou estamos, já que o idioma mais falado na Judéia era o hebraico... Hum...
Bom, independente dessa minha teoria maluca (mas nem tanto assim), a dúvida que paira sobre o assunto é: podemos confiar na palavra escrita?
Jesus não escreveu uma letra sequer dos textos bíblicos. Tudo o que sabemos sobre ele foi escrito por outros e não por ele. Sabemos portanto, o que foi dito sobre ele. Sabe-se que Jesus falava aramaico (fato difundido no filme do Mel Gibson). Sabe-se também que a antiga província romana da Judéia tinha o hebraico como língua falada, embora o latim já fosse a língua oficial. Porém, os textos do Novo Testamento foram escritos em grego, pela própria peregrinação dos apóstolos pelas antigas cidades gregas. Nessa confusão do "disse e foi dito" acompanhado das interpretações posteriores, ficam as dúvidas que nos remetem novamente ao labirinto das palavras.

Não estou pregando contra a internet. Eu mesma a utilizo constantemente nas minhas pesquisas e trabalhos. Ela elimina a necessidade de papel, o que significa uma árvore a mais no mundo. No entanto, devemos refletir a respeito, com um olhar crítico e discernimento, sobre aquilo que lemos no mundo virtual. Será que aquilo que está escrito naquele site ou naquele blog realmente faz sentido? Será que o que está sendo dito tem coerência? Qual a distância entre a liberdade de expressão e a pregação de uma verdade? Hum... Oh! Deus por que me destes inteligência, sou obrigada a pensar...
Então, antes de "repassarmos" aquele email com notícias bombásticas devemos verificar a veracidade daquilo que estamos disseminando, ou estaremos colaborando com o falso profeta e o grande mentiroso... seja a internet a Besta ou não, pois diz o 8o. mandamento "Não levantar falso testemunho!"

Este texto não tem caráter de pregação de verdade e sim de ponto de vista. É uma reflexão pessoal sobre os bons e maus usos da tecnologia na modernidade. Este foi apenas um meio que encontrei para chamar a atenção para uma reflexão sobre aquilo que lemos e tomamos como verdade... As pessoas adoram uma notícia sórdida e não tardam em divulgá-la. Mas não é esse o meu objetivo. Minha intenção aqui é alertar sobre os perigos da palavra escrita no mundo virtual... a minha inclusive, pois como ser humano, não estou acima do bem e do mal ;)

segunda-feira, 20 de abril de 2009

O anjo de Gaia...


Esta imagem é uma representação gráfica do Sol emanando seus ventos no sistema solar. As linhas são os efeitos do campo magnético do nosso planeta. E a pequena bolinha azul é a Terra. Esses ventos são chamados de tempestades geomagnéticas e acontecem quando um grande fluxo de radiação emitida pelo Sol atinge o campo magnético e a atmosfera da Terra. O distúrbio ocorre quando há ejeções maciças de massa da coroa solar. Quando essas fortes rajadas de vento solar atingem a Terra, fazem com que as ondas de radiação se choquem com a magnetosfera, alterando a intensidade e a direção do campo magnético. Em casos extremos podem causar quedas de energia elétrica, interferência no funcionamento dos satélites e nos instrumentos de navegação, com efeitos imprevisíveis sobre o clima. Os espetáculos luminosos produzidos pelas tempestades geomagnéticas são conhecidos como aurora boreal e austral e observá-los é uma experiência única.

A maioria das pessoas que visualiza esta imagem vê uma aranha. Curiosamente, eu vejo um anjo. E prefiro acreditar que seja o anjo de Deus que cuida da sua criação, o nosso planeta... a Terra, a grande mãe Gaia.

sábado, 18 de abril de 2009

Ao mestre com carinho...


Lâmpada Inextinguível

Onde quer que tu vás, peregrina beldade,
Quero que te acompanhe a profunda certeza
De que não acharás em toda a natureza
Quem te consagre assim o culto da AMIZADE;

E saberás que o amor vence a fatalidade,
Quando amor ideal, em toda a pureza.
Pode a mulher ceder; não cede o homem, nobreza
Não cede nem à dor, nem cede à iniquidade.

Mas, que digo?! Cruel que sou quando te ofendo!
Pobre arcanjo do céu que aos poucos vai perdendo
A graça do sorrir na chama em que se abrasa!...

Triste irmã que me estreita, em efígie, ao seio flébil,
Como é forte a tua alma em teu corpo débil,
Como é puro esse amor, como é branca a tua asa!
(Dario Vellozo)

Retiro Saudoso, 13 de agosto 1916.

A Babel de nossos dias...

A palavra Bíblia quer dizer reunião de livros, sendo ela composta por textos do Velho e do Novo Testamento. É sabido que os textos bíblicos foram escritos em três línguas: grego, hebraico e aramaico. Até o século XV somente o clero católico tinha acesso às escrituras e as tentativas de tradução foram duramente reprimidas. Durante a Renascença aconteceram inúmeros movimentos de retomada dessas antigas escrituras, sendo Lutero um dos precursores, gerando o que viemos chamar de Reforma Protestante... E a Bíblia enfim, foi traduzida. Bom, vejo aqui três problemas: primeiro a compilação; segundo a tradução; e terceiro a questão da interpretação.

A compilação bíblica (reunião dos textos sagrados) foi feita por volta do século IV d.C., embora os textos sejam muito mais antigos, e foi a Igreja Católica (a única que existia até então) quem decidiu e escolheu quais textos fariam parte das sagradas escrituras e quais seriam relegados ao esquecimento. Portanto, a Bíblia que conhecemos hoje, é uma construção católica. Foi o clero que decidiu quais Evangelhos seriam divulgados. O Vaticano ainda guarda em seus arquivos, a mil chaves, documentos que contradizem as suas verdades dogmáticas colocadas na Bíblia. E infelizmente não podemos fazer nada quanto a isso. Vez por outra, algum historiador corajoso divulga algum achado de textos, tão antigos ou mais que os bíblicos, mas que não fazem parte do Cânon das escrituras "autênticas", tornando-os sempre objeto de polêmica e desconfiança. Os manuscritos do Mar Morto são um exemplo disso. Tais textos recebem o nome de "apócrifos", isto é, são obras não autorizadas e de veracidade não comprovada, do ponto de vista da igreja, não aceitas como verdadeiras (por conveniência, é claro). No entanto, são textos antiqüíssimos e cientificamente datados, mas que incomodam a manutenção do poder secular. Se por um lado as centenas de igrejas atuais renegam a autoridade católica, por outro usam a sua compilação para pregar as suas verdades, pois a Bíblia é uma construção da Igreja Católica e não há como refutar essa evidência. Vejo um nó incômodo nessa questão.

Segundo ponto: a tradução. Traduzir uma língua é buscar um equivalente significativo em outra língua que expresse a idéia da língua original e conserve a sua mensagem. Porém, há expressões e idéias que não encontram tal equivalência. O escritor Humberto Eco, em "Quase a mesma coisa", explorou brilhantemente essa questão. Uma tradução também depende do sentido atribuído ao objeto dado pelo tradutor. Muito se perde e muito se cria nessa dinâmica de equivalência lingüística. As palavras de um idioma são fruto das relações culturais e sociais praticadas por uma dada sociedade que fala uma determinada língua. A língua é um elemento vivo. Ela tem a propriedade de conservar alguns sentidos e inverter outros com o passar dos tempos. Por exemplo: a palavra abrigo que hoje significa fechado, vem do latim apricus, que queria dizer aberto; a palavra obeso, que em seu sentido atual quer dizer gordo, tem sua origem no latim obesus e significava fraco, delgado; e ainda aperitivum que significava purgante, hoje é usado no sentido de abrir o apetite. Portanto, a língua sofre mutações ao longo dos tempos, o que quer dizer que as traduções de expressões antigas podem estar equivocadas. O que pretendo mostrar aqui, é que os pretensos leitores da palavra sagrada, defensores ferrenhos e fundamentalistas da exegese, deveriam lê-la no seu idioma original, em grego, hebraico e aramaico, para assim chegarem mais próximo ao verdadeiro sentido que lhe foi dado por seus antigos autores. O que se lê hoje vem carregado de glosas, mudanças de sentidos e reinterpretações dada por cada tradutor e por cada leitor ao longo dos anos, pois entre o texto bíblico e o contexto de entendimento, muito se agrega e muito se retira do seu sentido primordial.

Finalmente o terceiro ponto espinhoso: a interpretação. Calvino, durante os anos da Reforma, ingenuamente acreditou que seria possível apenas uma única interpretação da palavra. Mas ele estava redondamente enganado. Interpretar é atribuir sentido a algo, dar um entendimento. Eis o grande problema dos nossos dias. Em meio a tantas traduções e intermediários que interpretam a Bíblia pelo leitor, temos uma palavra, a Bíblia, compreendida de várias formas. Uma verdade entendida como várias. Me pergunto se não estamos revivendo uma versão mais moderna da Torre de Babel (não por acaso uma antiga biblioteca), onde vemos a palavra primordial, a língua prima se transformar em várias verdades, decorrentes de várias interpretações. Ou, não teríamos tantas igrejas e tantas religiões, cada uma interpretando a Bíblia do jeito que lhe convém. E o que dizer dos intermediários que interpretam a Bíblia por nós? Será que individualmente não somos capazes de ler e entender por nós mesmos? Já vi algumas versões que trazem a interpretação das passagens simbólicas e metafóricas em nota de rodapé, retirando do leitor o seu direito de interpretar. O mito da Torre de Babel está mais atual do que nunca, pois de uma única língua fizeram várias... tornando-a motivo de discussões, guerras e disputas de poder. Concluo tristemente que ainda que eu falasse a língua dos homens e falasse a língua dos anjos, seria apenas a minha interpretação...

Se os heróis de Cazuza morreram de overdose, os meus morreram na fogueira...

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Brincando de ser Deus...


"Naquele dia, por acaso, João fez uma coisa não muito comum: pegou o jornal que seu pai havia deixado num canto e começou a folheá-lo; de repente, viu uma foto que o deixou chocado: sobre uma placa de vidro num laboratório havia um ratinho. Mas um ratinho muito esquisito: em suas costas, havia uma enorme orelha humana! João curtia filmes de ficção, daqueles cheios de efeitos especiais, com criaturas horrendas e muita gosma escorrendo. Mas uma coisa é você se divertir com a idéia fantasiosa de algo nojento; outra, muito diferente, é você ver o resultado de uma experiência estranha, e que você sabe que é verdade. Pelo resto daquele dia, e em muitos dias seguintes, João não conseguiu deixar de pensar naquilo. Quais seriam os limites para a ação do homem? Será que agora ele havia começado a pensar que é Deus?"

Quando uma atividade humana provoca discussões a respeito de ser moralmente boa ou ruim, estamos falando de ética. De um modo geral, não se costuma avaliar cada atividade desenvolvida pelo homem sob esse ponto de vista, pois a sociedade já estabeleceu os parâmetros do bem e do mal para a maioria de suas esferas. Por exemplo, roubar é considerado um mal, enquanto que ações beneficentes são um bem. Mas a ciência, no entanto, está levantando, com suas descobertas, uma série de questões que precisam ser eticamente avaliadas, exatamente por serem decisões que a raça humana nunca se deparou antes. Com o avanço da engenharia genética, um novo desafio ético se nos apresenta. A esse respeito, devemos refletir se pais têm direito de abortar um filho, caso este não corresponda às expectativas físicas e psicológicas desejadas; se é correto criar clones de pessoas para utilização de seus órgãos; se é aceitável clonar-se a si próprio ou um filho que já morreu. São muitos os prós e os contras dos argumentos dessa questão, a qual traz consequências dramáticas para as práticas sociais de um futuro bastante próximo.

Mas por que alguns desejariam clonar seres humanos?

A clonagem é possível em diversas espécies. Dolly é uma realidade. E estamos cada vez mais próximos da clonagem humana. As razões apresentadas até hoje para essa ação são as mais variadas, as quais vão desde a produção de doadores de órgãos, à fabricação de exércitos de indivíduos "superiores". Loucura?!... Nem tanto. Talvez a idéia da criação de um exército de humanos superiores, hoje seja uma fantasia, mas já fez parte de ideologias bizarras reminiscentes da ariosofia. Na literatura, no clássico Admirável Mundo Novo, Adolus Huxley também concebeu uma sociadade nesses moldes.

Atualmente a prática do plantio de alimentos transgênicos têm suscitado debates fervorosos, pois não há pesquisas suficientes sobre os efeitos do consumo pelos seres humanos. Já os animais criados artificialmente não têm sido economicamente interessantes, pois são mal-formados e parecem não ser tão saudáveis quanto se imaginava. No entanto, daqui há alguns anos, as técnicas poderão se aprimorar o suficiente para viabilizar comercialmente esses empreendimentos, bem como as idéias fantasiosas de exércitos de homens geneticamente superiores. Mas pensemos o que seria esse conceito de "superior": Mozart ou Hitler?! Dependendo do ponto de vista, relativiza-se essa discussão. Na verdade, a questão a ser colocada é se devemos permitir a criação de uma raça humana como gados programados e geneticamente selecionados.

Outra razão absolutamente fantasiosa para a justificativa da clonagem de seres humanos está inscrita na vaidosa frase "eu quero ser jovem para sempre". Essa busca atualmente se reflete nas milhares de cirurgias "puxa daqui, puxa dali", feitas por muitas pessoas da nossa sociedade. Há quem acredite que se vier a morrer por acidente, doença ou velhice, e seja clonado, poderá recomeçar a sua vida de novo, e, se fizer isso sucessivamente poderá atingir a vida eterna!... Hum... Vejamos o que acontece com os clones naturais, os gêmeos univitelinos. Cada um desses indivíduos, embora com mesma bagagem genética e cultural, possui uma consciência própria e experiências individualizadas. Portanto, são indivíduos diferentes! Um clone não pode herdar o conhecimento e a experiência da sua matriz, pois estes fatores não estão inscritos no genoma humano.

E finalmente uma outra razão a se discutir, é que algumas pessoas vêem na clonagem a possibilidade de reaver um ente querido falecido. A partir de poucas células desse indivíduo poder-se-ia (em teoria), ressuscitá-lo!!! Por mais absurdo que essa idéia possa parecer, pensemos na dor de pais que perdem um filho amado. A eles possivelmente, é quase irresistível a idéia de driblar a inevitável irreversibilidade da morte e recomeçar a vida do filho. É a idéia explorada pela terrível história de Stephen King "Cemitério Maldito"... Triste, mas compreensível.

Queiramos nós ou não, a clonagem já acontece em pesquisas oficiais e clandestinas. A única coisa que nos resta é debater a questão ética que envolve o assunto, para que assim se possam regulamentar as pesquisas e instituir os limites da ação humana na criação. Mas por que esse é um assunto importante para a sociedade? É importante porque infelizmente o homem tem usado a ciência para matar, dominar, submeter e lucrar, ou os governos não teriam investido milhões de dólares na construção de bombas nucleares... (assunto que será discutido um outro dia).

O outro lado dessa história, é que apesar da ciência ser usada por alguns para a morte e para o mal, outros a utilizam em benefício da humanidade. O computador, por exemplo, permite às pessoas o acesso à informação como jamais foi imaginado até então. A agricultura tem superado as previsões de fomes mundiais em decorrência da superpopulação. A fissão do átomo é uma alternativa de energia limpa. E as células troncos são a esperança de cura para muita gente.
Penso eu que a ciência está a serviço da humanidade, e é assim que ela deve ser concebida.

Chagall: o poeta das cores...


Além de anjos e tatuagens, cultivo uma outra paixão: Marc Chagall, o poeta com asas de pintor. Chagall nasceu na antiga Rússia-czarista, hoje Bielo-Rússia, em 07 de julho de 1887. Teve uma vida marcada por guerras e revoluções que influenciaram a aura de suas experiências, transmutadas nas imagens poéticas que pintou. Em tela, criou seu próprio mundo colorido, habitado por anjos e por memórias melancólicas de sua infância e de sua doce amada. Judeu, foi preso na França em 1941 pelos nazistas, por sua arte "degenerada". Mas foi libertado em seguida, graças à intervenção de amigos americanos, fugindo então para o exílio, onde sofreu duplamente: pela angústia da guerra e pela perda de Bella, amor que nunca esqueceu. Morreu em 1985, aos 97 anos, ainda em plena atividade.

Admirar a obra de Chagall é uma viagem à terra dos sonhos. Suas cores, matizes e formas poéticas encantam a alma. Não tenho dúvidas que Chagall foi um daqueles homens preciosos inspirados por anjos divinos. Diz-se que certa vez, ao terminar um vitral de uma catedral, contemplou brevemente a sua criação e comentou com um sorriso terno "Acho que Rembrandt ia gostar de mim..."

Com certeza Deus também se apaixonou pela beleza de sua arte, ou não teria permitido sua exitência de 97 anos, salvando-o da Rússia revolucionária e das duas guerras. Deus gostava dele por aqui... pois Chagall soube, como nenhum outro pintor, mostrar o espelho da imagem refletida de Deus. Pintou o Deus que tinha dentro de si...



domingo, 12 de abril de 2009

Será que somos apenas fruto do mero acaso?


“As mais importantes revoluções na história da ciência tiveram como seu tema comum o sucessivo destronamento da arrogância humana de um pilar após o outro de sua antiga segurança cósmica. Uma vez pensamos que vivíamos no centro de um universo limitado, até que Copérnico, Galileu e Newton identificaram a Terra como um pequeno satélite de uma estrela marginal. Então nos confortamos com a idéia de que Deus tinha, entretanto, escolhido este local periférico para criar um organismo único à Sua imagem. Mas daí veio Darwin e relegou-nos a descender do mundo animal, nos desbancando da idéia de sermos os escolhidos."

(Stephen Jay Gould)

Os prazeres da carne...


A revista Scientific American de março de 2009, publicou uma matéria, de autoria de Igor Zolnerkevic, intitulada "Efeitos globais do bife brasileiro", onde relaciona os problemas do efeito estufa do país com o dematamento para pastagens na Amazônia e os gases liberados no processo digestivo do gado. Embora eu seja vegetariana, não sou uma militante Vegan, mas os dados científicos me deixam preocupada.

O homem desde a pré-história é carnívoro e herbívoro. A carne historicamente sempre esteve no cardápio dos povos. Mas antigamente não havia uma indústria da carne. Os homens caçavam e consumiam a carne para sobreviverem. Ela também figurava nos momentos festivos e por vezes havia um ritual para o sacrifício do boi, do carneiro, ou outro animal qualquer. O que ocorre é que o mundo moderno nos colocou um novo desafio: uma superpopulação que precisa ser alimentada. Mas alimentar com carne toda essa gente tem custado muito à natureza e as consequências desse hábito cultural têm sido sentidas nas catástrofes climáticas que acontecem cada vez com mais frequência. Isso sem contar na crueldade do abatimento dos animais. Além disso, a carne também tem sido veículo de doenças e graves problemas de saúde, lembremos do "mal da vaca louca", da gripe aviária e da obesidade dos consumidores de "Mac mata aos poucos" que susbtituíram o delicioso feijãozinho da mamãe.

Talvez futuramente os cientistas consigam provar que a carne de hoje tenha os mesmos efeitos dos cigarros, que se lembrarmos teve defensores dizendo que não eram nocivos.

Uma carteira de cigarro hoje traz imagens chocantes de pessoas doentes devido ao seu consumo. E ainda assim, muitos brasileiros e não brasileiros os consomem compulsivamente. Porém, já não podem mais processar a indústria do cigarro, pois o aviso está na carteira e o ato de se matar lentamente é do livre arbítrio de cada um. Mas a carne é um pouco diferente, pois é um hábito cultural milenar. E talvez esteja na hora de revermos este hábito, assim como revimos hábitos antigos de escravizar outros seres humanos como infelizmente aconteceu, vê-los lutar até morrer como faziam os romanos ou ainda levá-los à fogueira quando discordavam das verdades absolutas. Graças a Deus este tempo passou!!! Mas agora o tempo é outro e está na hora de revermos nossos conceitos.

Então quando a água faltar, chover demais, houver furacões insperados, seca, doenças..., pense no prazer imediato que a carne lhe proporcionou. Talvez daí sim, haja uma conscientização.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Transmutação do sabor...

Toda a matéria na natureza passa pelo processo de maturação. Tudo nasce, se desenvolve, cresce, envelhece e morre. A matéria morta se decompõe e vira novamente outra matéria. Pensemos numa semente que germina, cresce, vira uma árvore que dá folhas e frutos. Ao seu tempo de maturação, as folhas e os frutos caem e apodrecem (se não forem colhidos e comidos, é claro), retornam à terra, se decompõem e viram adubo, alimentando a terra para que novas sementes ali possam germinar. Essa é a ação da natureza que para cada ser ou coisa existente, tem o seu tempo de maturação.

Ao observar os ciclos naturais, pode-se por meio da alquimia se acelerar o processo de maturação da matéria transmutando-a. Transmutar significa transformar a matéria que se encontra num estado, noutra coisa (de mesma natureza, é claro). Os alimentos que comemos passam por esse processo. Podemos cozinhá-los, assá-los, fritá-los, defumá-los, ou apenas maturá-los. Um peixe assado, frito, ou cozido, ainda continua a ser um peixe, embora em estado modificado pela ação do fogo. O fogo é um dos principais elementos usados pelos alquimistas, pois ele matura a matéria. O vinho e o queijo no entanto, sofrem um processo diferente. O queijo é o leite amadurecido e depois putrefato. Sim o queijo é leite em estado alterado e em processo de decomposição de bactérias e fungos. O tipo de fungo presente no queijo é o que dá a qualidade do queijo. O saboroso queijo gorgonzola por exemplo, é produto da ação de determinados fungos (aquela coisa verde) na maturação.

Um cozinheiro portanto, é um alquimista!!!! Ele tem o poder mágico de transformar uma simples abóbora num grande banquete. A alquimia de um prato é o que o torna tão especial. No filme “Como água para chocolate” é explorado a magia da comida de uma cozinheira. Os sabores de seus pratos acompanham os seus estados de humores, os quais interferem no gosto da comida. E qual será o segredo do feijãozinho da mamãe? A resposta já conhecida de todos: o amor.

Se o estado de espírito do cozinheiro influencia no sabor da comida, como ficam os alimentos industrializados ou feitos pelos “Mac qualquer coisa” da vida. A resposta também já é conhecida...

Em homenagem aos alquimistas da cozinha que cercam a minha existência darei duas receitas mágicas: da Déia e do Rafa.

Receita para ser feliz à moda da madrinha

Ingredientes:

  • 1 punhado de paixão do padrinho;
  • 6 rodelas de amor de irmãos;
  • 6 colheres de carinho dos sobrinhos;
  • 1 xícara de sorriso;
  • 70 gramas de amor de pai;
  • 3 pitadas de obediência do cachorro;
  • 4 fatias de respeito e atenção dos alunos;
  • 21 gramas de admiração dos amigos;
  • 1 gostosa dica do livro da Dona Benta;
  • 6 xícaras de alegria dos afilhados;
  • 1 pitadinha de irmãzinha nova;
  • Passeios de moto à gosto;
  • Para rechear: muita sorte de quem nasceu no dia dos namorados;
  • E boas lembranças para polvilhar.

Modo de fazer:

Numa panela, misture todos os ingredientes até obter uma massa colorida e “amorgênea” e deixe crescer, crescer, crescer bem feliz. Aquecer com cobertor quentinho, pipocas mágicas e filminhos divertidos. Cobrir com beijos adocicados da madrinha e pronto!!!


Pão de Eros:

Ingredientes:

1 kg de farinha de trigo comum;

200 g de farinha de trigo integral grossa;

35 g de fermento natural;

800 g de água da fonte;

30 g de sal;

230 g de nozes;

amor à vontade;

Modo fazer:

Misturar os ingredientes secos, adicionar a água e o fermento, e amassar. Depois que a massa estiver pronta, acrescentar as nozes. Assar em forno pré-aquecido 250º C por 1 hora.


segunda-feira, 6 de abril de 2009

Mutus Liber







"Ora,
lege, lege, lege, relege,
labora et invenies!”


"Reza,
lê, lê, lê, relê,
trabalha e encontrarás."

Livro Mudo da Alquimia

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Wings...



Cônscio de não crer, sentia-me culpado em meio a tantos que criam. Ao sentir que estavam certos, decidi também crer, assim como quem toma uma aspirina. Mal não faz, e nos sentimos melhor.

Umberto Eco – O Pêndulo de Foucault